11 de fev. de 2011

Diálogo de idéias

Quando se perde o sentido, o foco, a luz
Quando o chão desaparece, desilude, desespera! Também se perde o brilho, as cores desbotam, o incrivel normaliza... O que era livre se torna imposto. O sentimento vira quase uma obrigação. O trabalho é um porre, a casa não te cabe, seu sonho despedaça.
A admiração cai, a paciência brinca de esconde-esconde.
De grãos surgem montanhas, detalhes viram histórias sem desfecho e de enredo fora de órbita.
Essa sou hoje,
de princípios contrariados por eu mesma e por quem me rodeia.
Sou eu de ponta-cabeça alinhando pensamentos sei eira nem beira.
Para onde foram todos?
Todos os sorrisos, todas as brincadeiras de criança, todas as risadas sinceras?
Por que fugiram?
Voltem aqui!
Ou será que foram esquecidos em algum lugar do tempo?
Ou ainda deixados em um banco de ônibus, balcão de padaria?
Quem sabe...
Inconstância revoltada pronta para puxar o gatilho e disparar sem pensar!
Coração é aquele idiota que amolece em horas sempre erradas.
E a confusão começa com a gritaria das idéias falidas dentro da cabeça:
- "Quem é você?" - "Somos iguais, ou ao menos parecidos." - "Em que poderiamos parecer?" - "Um abraço? Desculpe..." - "Onde esteve, por que não veio antes?" - "Me deixe um pouco sozinha..." - "Não saia de perto de mim" - "Fuja rápido, meus rancores querem te matar!" - "Apenas saia daqui, e não volte mais..."
Ponto de vista?
Tudo é mesmo uma questão de ponto de vista?
Que ponto?
Que vista?
A vista da janela do meu quarto, ou a vista presa na memória de criança?
A memória que é guardada, e que poucos sabem que ainda existe, está quebrada, estragou, deu defeito,
e já não me serve de nada!
Onde devo guardá-la, senhor? Jogar fora? Impossível, lamento.
Guardar no meu coração? Aah, ora, por favor, não me fale desse idiota novamente!
Sinto que para muitos minhas palavras soam apenas como sons quaisquer jogados no ar. Ou ainda apenas rabiscos numa folha de papel.
Que seja.
Às vezes acho que não sei mais escrever, que não sei mais escutar.
Por que você haveria de entender?
Meu dom foge de mim as vezes... Ou eu que esqueço qual a hora que devo parar.
Se te encarar olho no olho doeu? Sim, doeu.
Se doí? Sim, dói!
E sabemos das dores que ainda podem vir.
Lembro da hora que um sorriso discreto escapou dos meus lábios.
Corri atrás até pegá-lo e colocá-lo de castigo!
- Fique aí trancado! E só saia para jantar!
Um especialista, um médico! Corram!
Ela precisa de ajuda...
- Socorro!!!!
(e minhas idéias continuam a gritar)

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