27 de mar. de 2013

Rendição

"O café me enjoa
Mas eu tomo
O chocolate faz o estomago doer
Mas eu como
O coração dói sempre
Mas eu amo...

A rotina enjoa
E eu me canso
As maluquices falam comigo
E eu respondo
A loucura quase me pega
Mas me escondo
O medo vai aumentando
E eu não me oponho..."

30 de jan. de 2013

Dádiva Azul

Foto: Gabriel Pinelli

















Poucas coisas me fascinam tanto quanto observar o céu
Talvez algum vinho bom
Um bom chocolate, uma boa conversa...
Mas nada é tão contemplador
Queria entender de todas as constelações
Enxergar tudo que aparece com as ligações das estrelas
Mas me contento em observar
Gosto das formas das nuvens
Dos desenhos que imagino nelas
De como, às vezes, lembram algodões espalhados
Gosto das cores que ganham no fim de tarde
Do roxo que se pintam no começo da noite
Do rosa e do amarelo que se misturam no azul
De como são empurradas pelo vento
Do brilho que ganham quando são tocadas pelo Sol...
Da leveza com que flutuam sobre nós...

É pecado não respirar fundo
Parar um pouco de tudo
Vendo alguma nuvem passar...


18 de jan. de 2013

"E até para os pobres hipócritas..."


Tenho hoje um respeito que eu sei que é meu
Ganhei, conquistei, arduamente.
Encarei olhares de baixo, com falso fervor
E curvei estes mesmos olhares para o chão.
Rebaixei a petulância por terem ousado lançamentos de críticas
Trilhei um caminho e segui
Mesmo sem muita ordem ou sentido, só segui.
Descrevi em linhas tortas amarguras infinitas
Que de um jeito ou outro sempre estarão na memória, em algum lugar
Narrei pesadelos sólidos
Contei com a sorte, amigos, cachorro
E venci
Vencedor é o que luta por si
E sabe o valor de sua vitória - por mais imbecil que possa ser
Se acredito na evolução humana?
A minha, pelo menos, está acontecendo.
É como a fé:
- Posso não ver, mas sinto.
E vocês? Como estão?

Os tempos de hoje são outros
As pessoas são as mesmas
Mas me desconheço...
Desconheço o todo
Desconheço tudo

Apenas me recuso a estar em plena falsidade
Acho que não... Ninguém pode fingir por tanto tempo
“Preferir mentiras sólidas para não se machucar com verdades sinceras”
Não mais - venho aprendendo com decisões.

3 de jan. de 2013

O tal treze

Um sopro forte de vontade de mudança
- Coragem para mudança
E assim começa mais um ano
Cheio de expectativas
Cheio de promessas - que podem ou não ser cumpridas
Cheio de futilidades e falsidade ao extremo
(Afinal, precisamos viver em sociedade)
Cheio de tolerância e boa vontade
E doces convivências sinceras

Seguirei disposta a encarar várias brigas
A estar do lado de quem é do bem
A proteger os inocentes da maldade que uns e outros destilam
Assistirei fracassos e ruínas
Dando risada, sinceramente
E a vitórias satisfeitas
Acompanhadas de longe ou de perto

Será sim um ano bom
Um ano de positividade
Um ano para conclusão de várias etapas - Importantes e necessárias
Será um ano de crescimento próprio
E de muita torcida
Para que as pessoas sujas, pequenas e infelizes que tanto insistem em atormentar
Consigam crescer também

Não mais baixar a cabeça
Olhar no fundo do olho alheio
Encarar meus maiores medos
Meu foco sou eu


Vem 2013....

4 de dez. de 2012

"Até breve"

Chovia
Fraco, mas molhava
A tarde
Lembro sem muita clareza de detalhes
Mas lembro que as horas do dia todo
demoraram dias para passar
Mais dias até chegar em casa
E depois, mais dias do trajeto de ônibus
até aquele prédio branco
Lembro da ansiedade da espera
Que embora tirasse de mim a mais profunda agonia
Me acalmava
De alguma maneira que não sei explicar
Acho que por saber que lá estaria aquele olhar
Me esperando para brilhar ao me ver
Como sempre foi, desde que conheci aqueles olhos
Os mais confortantes olhos
Os que mais passavam calmaria
De mar tranquilo
Segurança, paz
Lembro da água gelada que tomei
E das três vezes que repeti o mesmo ato
Sem sede
Queria mesmo era desmanchar o nó na garganta
Queria chegar lá e poder só sorrir
Finalmente o nome chamado
Lembro pouco do corredor
O caminho estava tão longo
Não enxergava pessoas na minha frente
Até que lá, em meio ao branco, o olhar
O mais doce que já vi nessa vida
O sorriso
A mão me chamando para o carinho
O beijo na mão - A benção!
"Deus te abençoe!"

A despedida não foi despedida
Soou com um "te espero em casa"
Pensei que seriam alguns dias...

Não deu tempo de comer as coisas gostosas do Natal
Como brincou dizendo que queria comer
Ao invés da comida insossa dali

Todo o tempo do mundo é pouco
Quando você pensa que poderia ter passado mais tempo junto...

A despedida, que não foi despedida
Ficou então como um "até breve"

Precisei aprender a crer nisso nesses quatro anos
É confortante para a dor que a saudade causa
E todo o vazio que ficou
Sem aquele olhar azul






30 de nov. de 2012

Incessantemente

Me privo
Reservo
Resguardo
Protejo
E abro mão de atacar
Me esqueço
Enquanto finjo não lembrar

Mas o eco no espaço vazio
É ruim de ouvir...

Transforma o tempo em dúvidas mensais
Com o pouco sentido que é possível ver nas coisas
E nessa grande farsa na qual me torno
Um pouquinho por dia
Todos os dias, incessantemente.

19 de nov. de 2012

Mula

"Besta como uma "mula"
Parece uma "mula"
Faz coisas erradas feito uma "mula"
Essa pessoa não é pessoa, é uma "mula"

Uma "mula" não sabe falar
A "mula" é "burra"
Essa "mula" ainda perde a cabeça....

Essa "mula" é uma egoísta
Desajeitada
Branca
E "topeira"

A "mula" não presta atenção
Não sabe de nada
Uma "mula" sequelada

Coitada dessa "mula."


*baseada no sentido que a avó dava para a palavra "mula", não como animal, mas sim como uma pessoa perfeitamente idiota!