25 de jul. de 2012

Em papel brilhante

Desde quando estão a venda?
Barateadas como se pouco fossem
Desculpas esfarrapadas
De pobres sem elo e porquês?

Qual é o estabelecimento que vende
E quanto custa
Um saquinho cheio delas?

De carnavais
De ventanias
Temporais
Ai de mim

Mercados, farmácias?
Padarias, adegas?

- Desculpas embaladas em papel brilhante

Em bancas de jornais?
Tabacarias?

Pedido

"Tem tanta coisa no mundo que cega os sonhos da gente
Não deixe!
Te peço
Por favor

Não deixe..."

24 de jul. de 2012

Ato responsável

De quem é a culpa
Pela inconstância
Pelo individualismo repartido
E pela sanidade bloqueada
Dessa pessoa aí hoje em dia?
Essa pessoa aí
Foi a mesma que veio sem culpa
Dos erros dos grandes
Infantis e tolos
Que não conseguiram honrar com a vida!
Estes, sentiram-se Deus
Ou qualquer outra força geradora de tudo e todos
Esqueceram da fraqueza
E da inocência que uma criança pode ter
Hoje, mulher feita, não venham culpar a mim!
Não venham atirar em mim
As obrigações que deixaram de cumprir
Os caminhos que escolheram seguir
E cada palavra nunca dita

Eu só quero
Ser diferente de vocês.



18 de jul. de 2012

Hipocrisia própria

Corre
Pelo medo que tem
De encarar a realidade que te afronta
Sem o menor pudor nem timidez

Foge
Por achar que o caminho certo
É este que vem seguindo
Sem querer questionar seus porquês

Guarda
Em lugares secretos
Sentimentos insanos e inocentes
Como adolescentes bêbados em porta de bar

Cala
Por receio de abrir mão
De sonhos proibidos
Em estações pela cidade

17 de jul. de 2012

O que não foi


Coisas que não mudam nunca
Sentimentos que não morrem
Dúvidas que ninguém tira
Dívidas pessoais que não são pagas

Tratamento em primeira pessoa
Lamentações a parte

Poemas não lidos
Ou até versos perdidos na mente 
Daqueles perfeitos
Que nunca vão para o papel

Labirinto de indecisões
Fraqueza declarada
Memória encorajada
Pela vontade que não falta

Transborda
Dos pensamentos para as palavras
De cartas jamais enviadas
Perfume que ficou no ar






7 de jul. de 2012

Quando crescer, passa!

Algumas coisas você precisa simplesmente fingir que não existiram, não aconteceram
Não te importaram tanto
Só para que o incomodo do que ficou não te afete tão diretamente
(Fuga ou falta de intenção de levar a vida tão à sério? Tanto faz!)
Não é hipocrisia, ao meu ver.
Mas sim uma forma (tola e absurda, talvez) de tentar não ser injusto
De tentar dar novas chances para que o velho se renove e o errado se corrija
O que a gente nunca sabe é quando ou onde tudo pode ruir
Ou ainda quantas mágoas nossas malas suportam
"Quando crescer, passa" é talvez a coisa mais contraditória que já me disseram na infância.
Não passa. Marca e fica.
O que acontece é que algumas coisas perdem a importância na medida em que vão se tornando comuns
Algumas coisas não passam assim como algumas pessoas não crescem - e isso é um fato
>É como aquela cicatriz que você mal lembra que tem
Mas quando olha ou alguém te pergunta o que houve, sabe exatamente em qual brincadeira a conseguiu.

6 de jul. de 2012

Esteja bem

Como se fosse ontem
Mas já há algum tempo
Foi embora de mim e só restou essa saudade
Sinto baita falta do seu cheirinho
Do seu carinho
Da sua risada gostosa e da boca torta quando mentia
Do jeito que fechava os olhos quando sorria
Da infância,
Do castelo, do reinado...
Das brigas, broncas, brinquedos improvisados
A falta que me faz
Faz a todos de quem partiu
Será que foi-se embora para onde?
Com quem será que está agora?
Quem será feliz de ter sua companhia
Ou sua luz
Sua presença...
Prefiro essas dúvidas que talvez nunca sejam sanadas
Do que pensar que o ciclo da vida termina no fim
Desculpe pelo egoísmo
E pela falta de maturidade
De te querer sempre por perto, de não dar sossego à sua partida
E por até hoje, às vezes, me colocar a lembrar
E por fraquejar
Deixando que transborde pelos olhos essa saudade angustiante

Faz falta rainha
Sempre fará.



5 de jul. de 2012

Inspira, escreve

Vazio dói
Quando pega a gente assim
Vai embora, sai de mim!
Eu mesma causo os males que me afrontam
E ainda sei dar uns sorrisinhos

Dia bom para ler um livro debaixo de uma goiabeira
Comendo doces e fumando cigarros
Ou com a bunda sentada na areia fofa em frente o mar
Sentindo os pés afundando, porém firmes no chão

O dia não está para graça
Apesar de lindo
Nem para ironia
Apesar de patético e agradável

Se não sou digna de receber seus elogios,
Sou muito menos digna de receber suas críticas!
Hoje não...
Guarde-as!
E treine-as, quem sabe, em frente ao espelho

Queria ir para o verão,
Com a barraca e a mochila.